VIVER SONHAR LUTAR
Felizes quarenta anos
que me manteve enterrado
entre a vida, o sonho e a luta,
que com caneta e papel
caiu como uma água límpida
em alguma parte do meu peito.
Por mais de quarenta invernos
caiu chuva sobre o telhado
das minhas poesias,
trazendo consigo o vento
aberto e sagrado.
Desenterrado e vivo de novo
como as primaveras
de flores e espinhos
fulgurantes como as estrelas
ondulando no céu,
como uma grande bandeira
entregue aos homens
na entrada do comércio
para a luta do dia-a-dia.
E assim, olhando e lendo
a geografia das minhas poesias
elas me mostraram então a vida
o os verões que repousavam
como um sonho,
que ao meu lado iam voando.
Jaziam os mais de quarenta outonos
transparente no seu ar transparente,
cristalino no seu dom natural,
sobre a liberdade espaçosa
da VIDA, DO SONHO E DA LUTA.