Noite de Chuva
Longas horas no vazio.
A escuridão da sala
Incomoda meus pensamentos.
Pequena chama consumindo a vela,
Pequenas circunstâncias consumindo a vida.
Na parede branca a minha sombra,
Espectro mais nítido
Do que minha imagem refletida no espelho.
Na penumbra,
Entre um gole de vinho e um pensamento
Ela me faz companhia,
Silenciosa me observa,
A olhar os pingos de chuva
Que batem,
Constantes,
Na janela da sala
Querendo adentrar.
Olho minha sombra
Pensando:
"Nós dois já basta!"
Na vela a pequena chama
Vai se esvaindo
E apaga.
Sozinho, na escuridão observo
Os pingos de chuva na janela.
Marcos Mondin (19/11/06)
Publicado:
- Sentido Inverso: Antologia de Poemas (Editora Andross 2008)