AÇUDE NEGRO
Negra noite
Negros versos
Ébano roubado
Dos confins.
Vidas próprias
Histórias vivas
Arrebatadas aos milhões
Lançadas à terra.
Página negra
Vergonhosa letra
Grafada a ferro
Na pele e nas almas.
Açude de lágrimas
Jardim de saudade
Descultura, descaminho
Branca liberdade.
Braços negros
Na doçura da cana
Suor amargo
Nos grilhões do café.
Camada da história
Que permeia
Sonhos e pesadelos
Em branco & preto.
Açude de vozes
Negro caminho
Povo enlutado
Reconstruindo destino.
Elaine Spani