Sandman

Eu sou a sombra que oculta e a luz que cega

Tenho à mão a faca cega que sangra fácil

Com essa mão trêmula que deixa tácito

O antagonismo que em mim perpétua

Gosto dos venenos de sabor simples

Do sabor das sensações mais complexas

Das noites nas ruas movimentadas e estas

Outras tranquilas, repletas de sentidos ímpares

Por tortas ruas e escuros redutos por vezes rastejo

Por vezes as luzes e sons me trazem a alegria

É óbvio o paradoxo, que nestes versos queria

Mas não me importa a obviedade com que aproveito

Essa descrição curta e de musicalidade certa

Eu sou a sombra que oculta e a luz que cega