O QUE RESTA?
Das nossas revoluções
Restaram lembranças
Guerras por auto-afirmação
Para sobressairmos como “não iguais”
Mas hoje ainda nos embriagamos
Ouvindo as mesmas canções
Ainda nos agredimos mutuamente.
Ao nosso redor os tolos cresceram
E nós ainda nos agredimos mutuamente
Negamos os nossos iguais
Vangloriamos idiotas
E os tolos, ao nosso redor, cresceram
Das revoluções de outrora, algo restou
A rendição
Saudosismo e inércia
Eis o nosso hoje
Álcool e memórias
E aquela névoa que víamos não eram nuvens
Nunca estivemos no topo do mundo
Eram as cortinas espessas da superfície.
Mas nos resta algo?
Como disse um nobre amigo
Somos velhos de coração com apenas vinte anos.
Ouso destacar um detalhe
Os velhos conseguem tirar sabedoria do que já viveram.
Resta-nos algo?
Resta, a Terra do Nunca nunca existiu, cresçamos então, já é tempo.
Viveremos para trás enquanto o nosso melhor estiver no passado.