A Cidade Nua

Vago a esmo pelas ruas da cidade

como o amante pelo corpo da mulher.

Lento, percorro cada centímetro da urbe

e beijo a face serena da noite

Na brisa, o hálito da amante

Em cada beco o pecado

Em cada esquina o convite

A cada passo o desvario

Enquanto a lua, em sua insistência noturna,

desvela a silueta incompreendida,

tantas vezes odiada

e infinitamente admirada

da cidade nua.