O GUERRILHEIRO
Estou vendo o meu rosto no chão,
Cravado de balas e no abandono,
Com mil bombas nos ares, nas mãos,
Feito louco, e como cão sem dono.
Eu não tenho esperança de paz,
Nem posso sentir seu amor e perfume,
Nem rever meus irmãos, meus pais,
Nem o tempo vai me tirar desse luma.
Meio tonto de pensar em meus parentes,
Me esqueço de pensar em minha amada,
Que as vezes seu carinho como presente,
É o aconchego de uma baioneta calada,
Mas distante como verme nesta lama,
E formigas me beijam com seus ferrões
Faço do sangue do meu carpo, minha cama,
E da minha morte o fogo dos canhões.