O GUERRILHEIRO

Estou vendo o meu rosto no chão,

Cravado de balas e no abandono,

Com mil bombas nos ares, nas mãos,

Feito louco, e como cão sem dono.

Eu não tenho esperança de paz,

Nem posso sentir seu amor e perfume,

Nem rever meus irmãos, meus pais,

Nem o tempo vai me tirar desse luma.

Meio tonto de pensar em meus parentes,

Me esqueço de pensar em minha amada,

Que as vezes seu carinho como presente,

É o aconchego de uma baioneta calada,

Mas distante como verme nesta lama,

E formigas me beijam com seus ferrões

Faço do sangue do meu carpo, minha cama,

E da minha morte o fogo dos canhões.

gercino arruda
Enviado por gercino arruda em 23/11/2006
Código do texto: T299000