Diálogo Parcial com a Morte

I

Já tens caminhado o bastante?

Espero-te na próxima esquina,

para que de repente,

num instante tente,

quem sabe, quem saberia?

Se soubesse

Não iria te procurar,

no auge de um ataque epiléptico

subliminar.

Penso ser um motivo...

Almeja-me tanto,

porém não o encontro.

Talvez seja ilusão.

Estás sozinho.

As quatro paredes

daqueles que não querem te ouvir

cercam-te.

Ah! Pobre coitado!

Fizeste teu próprio caminho.

Cada gota de lágrima

irriga as flores do trajeto

até mim,

recuso te acompanhar.

II

O silêncio

diz muitas coisas,

e não suporto ouvi-lo.

Retornaste novamente?

Amizade obscura

foste buscar,

não foi o suficiente?

Ingratidão,

involuntária atitude

nefasta de se praticar.

Foste rejeitado

por quem falsamente te procurava.

Não lhe foste aprazível,

pois não era tua intenção

desde o início.

III

O verdadeiro caminho

já estava traçado,

não o fiz sozinho,

não saberia caminhar.

Um segundo é suficiente.

Ao piscar os olhos,

a escuridão fez-me ir

além do que convinha.

Sem saber que o problema

era aquém.

Na raiz, a solução

caberia a quem de fato

resolveria.

IV

Concedeste o tropeço,

ajudaste-o a levantar,

e o acompanhas plenamente.

As marcas do passado

fizeram que ele não as praticasse

novamente.

E já não conversa com estranhos.

25/05/2011

Diego L Macedo
Enviado por Diego L Macedo em 25/05/2011
Reeditado em 10/05/2020
Código do texto: T2992504
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