Não há vida a não ser que se morra!

Não há vida a não ser que se morra!

Amanhã, ouvirei novamente

O canto de sereias negras tristes

E me atirarei mortalmente

Contra as rochas pontiagudas como seios

E sangrarei outra vez

Um sangue que já parece ser infinito

Escorrendo um mar de lágrimas

Que ondeiam a guisa de risos

Amanhã voarei contra as aves de rapina

No voo mais rápido já testemunhado pelo vento

Sim

Pois não há morte além desta vida

Assim como não há vida

A não ser que se morra!

(Djalma Silveira)