Necessidade

Eu não preciso de utopias;

De sangue de inocentes

Sobre meus muros e começos,

Nem inconcebíveis ações.

Eu não preciso da fúria dos dias,

Os seus enjôos, como ovelhas...

Os seus embargos,

Como barcos ao luar!

Eu não preciso do preciso,

Nem necessito do que me necessita;

Do que tem duas antenas e uma forma

Concreta de agir;

Do homem além da imagem,

Da metáfora de teus olhos.

(Poemas do livro A Noite de Luvas Brancas, Queima-Bucha, 2011, Mário Gerson)

Mário Gerson
Enviado por Mário Gerson em 31/05/2011
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