Mosca de Brejo

Vive nas margens da lagoa

Comendo restos mortais

Faz dos galhos seco a canoa

Das ribanceiras o seu cais

Deita nas folhas de capim

Enquanto a chuva não cai

Pois escolheu viver assim

E desse ambiente não sai

Não curte a vida em colônia

Não se expõe em lugar aberto

Seu medo provoca insônia

Tantos inimigos tão perto

Teme pererecas amarelas

Mantêm distância dos sapos

Foge das rãs tagarelas

Nas trincheiras verdes do mato

Não encanta, nem canta nada

Assusta-se com qualquer barulho

Não grita, vive calada

Mas ladeada de orgulho

Pois sabe que se vacilar

Torna-se comida de visitante

Portanto é bom se cuidar

Viver é tão importante

Teme morrer de repente

Sem que ao menos possa lutar

Por um gavião ou serpente

Mosca carente, sem lar

Previne-se o quanto precisa

Esconde da chuva e da tempestade

Adora apenas luar e brisa

E todo o bem da verdade

Há poucos dias naquele lugar

Assistia uma luta fatal

Um ataque sem avisar

Algo insensato, anormal

Viu uma vaca beijar o lago

Mas o jacaré pulou ligeiro

Puxou pra água, fez um estrago

Um criminoso grosseiro

Francisco de Assis Silva é Bombeiro Militar em Rondonópolis

Email: assislike@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 12/06/2011
Código do texto: T3029704
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.