Porque é para ti escrevo estas linhas

Porque é para ti escrevo estas linhas, que não queres ouvir

Mas escrevo-as firmes, nos tremores nervosos da minha caligrafia

Escrevo-as porque és tu

E escrevo-as para tornar eterno o que quero manter eterno

Podes perguntar porquê e se vale a pena…

Mas... mas apesar de não saber responder

É em ti que penso nestas linhas e nestes instantes

Onde por entre o timbre sincopado da lareira e da chuva lá fora

Te recordo, e me recordo a mim

Porque escrevo?

Talvez para não tornar vão o que fomos, o que somos e estas palavras…

Talvez para que as esperas á tua porta

Não tenham servido só para polir as pedras do chão

Talvez para justificar os beijos os suspiros ofegantes, os abraços

As experiências, os toques, os sorrisos, os olhares as palavras…

Que trocamos livres do mundo e de nós

Talvez para pagar a visão que me deste

Quando me mostras-te a beleza que um olhar pode ter,

Lembras-te?

Estávamos num autocarro cheio de gente

E tudo desapareceu quando abriste um sorriso de criança para a torre Eiffel

Nunca te disse mas amei-te mais ai do que alguma outra vez

Escrevo-te estas linhas porque tivemos, e teremos sempre Paris

Escrevo para honrar as cumplicidades

E escrevo talvez para pedir mais desculpas que não tenho

Talvez para que do fundo das palavras saia algo sublime

Que eu te possa oferecer em troca de tudo o que deste

E sim… eu sei… escrevo talvez o desespero

O profundo desespero de quem vê perdido tudo o que teve

E escrevo a dor de quando dizes que acabou

Escrevo talvez em nome das noites brancas de versos e suspiros por ti

Escrevo em nome de todos os motivos que nos carregam o olhar

E em nome de todos os teus sorrisos…

Escrevo e talvez nem saiba porque

E escrevo talvez para que quando acabar me beijes

Ou talvez escreva porque te amo…

Tiago Marcos

chomanno
Enviado por chomanno em 28/11/2006
Código do texto: T303445