UMA DÚVIDA QUALQUER

As dobras dobram

ou se desdobram em signos?

Obram o siiiiilêncio...

O tempo cinde em mim a noite,

os fogos efêmeros

e a dor dos homens

no mundo tenebroso cá

e

m

b

a

i

x

o

É o fim!

Afinal, saberá eu o fim,

se de mim sou vago e notivago

entre o imaginário das coisas

e a madureza de minha servidão?

Entretenho-me na ilusão

do sopro em minhas entranhas.

Entro e tenho comigo

como comigo as palavras

e o cheiro terno de anêmonas,

na eterna acasalação do gesto.

Saberá eu: é o fim, enfim?

Se meu beijo se denuncia

Quebrado, ferido, mortal

ou se enuncia cristal

estilhaçado no tempo,

congelado num escuro tétrico,

recôndito.

Se minha voz,

Oh!, doce voz de lábios

que um dia quisera tocar

na prima( )Vera de Vivald

se condensa, contorce

entre as raízes deformadas

de um pântano qualquer.

Se parte de mim já não é mais que rebeldia

e rouba do dia toda a claridade...

Oh!, claridade enfática,

Nodosa,

Alquimista.

Se tateio o fim nesse começo,

arcanjo em seu avesso.

É o fim...

– Afinal, quem me arrancou de mim?!

Gedeon Campos
Enviado por Gedeon Campos em 15/06/2011
Reeditado em 15/06/2011
Código do texto: T3036111