UMA DÚVIDA QUALQUER
As dobras dobram
ou se desdobram em signos?
Obram o siiiiilêncio...
O tempo cinde em mim a noite,
os fogos efêmeros
e a dor dos homens
no mundo tenebroso cá
e
m
b
a
i
x
o
É o fim!
Afinal, saberá eu o fim,
se de mim sou vago e notivago
entre o imaginário das coisas
e a madureza de minha servidão?
Entretenho-me na ilusão
do sopro em minhas entranhas.
Entro e tenho comigo
como comigo as palavras
e o cheiro terno de anêmonas,
na eterna acasalação do gesto.
Saberá eu: é o fim, enfim?
Se meu beijo se denuncia
Quebrado, ferido, mortal
ou se enuncia cristal
estilhaçado no tempo,
congelado num escuro tétrico,
recôndito.
Se minha voz,
Oh!, doce voz de lábios
que um dia quisera tocar
na prima( )Vera de Vivald
se condensa, contorce
entre as raízes deformadas
de um pântano qualquer.
Se parte de mim já não é mais que rebeldia
e rouba do dia toda a claridade...
Oh!, claridade enfática,
Nodosa,
Alquimista.
Se tateio o fim nesse começo,
arcanjo em seu avesso.
É o fim...
– Afinal, quem me arrancou de mim?!