AS VOZES DOS ANIMAIS

Vai puxando o arado

Para a terra lavrar

Zurra o burro tão cansado

Pedindo pra descansar.

No quintal as abelhinhas

Zumbem pois de flor em flor

Querem pólen, coitadinhas

Fazem o mel com amor.

O gato lá vai correndo

Para um ratito apanhar

O bicho vai-se escondendo

Vai-se ouvindo o seu chiar.

O felino aborrecido

Do rato não ter apanhado

Quase ao lume adormecido

Vai soltando o seu miado.

Amigo do ser humano

Que animal de estimação

Se for manso o bichano

Dá-se um ossinho ao cão.

Vai latindo, vai ladrando

Satisfeito com o presente

Vai nossa casa guardando

Dos que querem mal à gente.

Vai-se ouvindo o chilrear

Num canto suave e belo

Numa oliveira a pousar

Um passarinho singelo.

Na pocilga lá do monte

Ouço os porcos a grunhir

Vão beber água da fonte

Que cheiro mau de sentir.

A vaquinha vai mugindo

Se está a ser ordenhada

Leite fresquinho saindo

Das tetas prá criançada.

Uiva o lobo lá na serra

Sempre à espera de atacar

Bicho maldoso na terra

Ovelhas, chega a matar.

Vai balindo o cordeirinho

Vai berrando a mãe ovelha

Relinchando o cavalinho

Bem perto da nossa orelha.

Arrulha a rola e o pombo

Cacareja a galinha

Enquanto o ovo vai pondo

Para cozer na canjinha.

Vai arrufando o peru

Ouve-se o pato grasnar

Falo eu e falas tu

Gostamos de conversar.

De muitas utilidades

Também fazem companhia

Tratados sem crueldades

Com miminhos, que alegria.

O Poeta Alentejano
Enviado por O Poeta Alentejano em 28/11/2006
Código do texto: T304099
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