O Poeta Tímido

Entre doses de whisky, e goles de cerveja.

Nasci um outro eu. O escritor, o amante, o poeta.

Não sou bom com palavras sóbrias,

Sou poeta embriagado.

Amo arrumar palavras. Porque reconheço que

poucas são as pessoas que realmente entendem-me.

Palavras são sangue, mesmo as que gravadas sem propósito.

E ninguém mais do que o poeta sabe disso.

Não só palavras tem um significado.

Os números e datas também transmitem.

Há sempre um número depois do número;

Acredito que todo número esconde um segredo.

Neste momento pergunto-me:

Como buscar o outro lado da imagem dupla que sou?

Ouço o som de carros passando na avenida ao lado.

Queria poder estar em um lugar calmo e silencioso.

Parece que em mim tudo foi levado,

Talvez seja o sono eterno de sofrer nunca acabado.

Perco-me em caminhos tão errados,

embora, queria seguir a tua trilha.

Há leis que regem todo o universo,

principalmente, as de ação e reação.

Sinto-me um inútil vagabundo,

não sei mais o que sou ou que quero.

Será que preciso de coisas como estas?

Malditas noites de bebedeiras e festas.

Mente embriagada e atormentada.

Tímido e sem coragem de pedir desculpas a ela.

Olhando uma fotografia,

Sentindo desejo e um certo medo, agonia.

Despida de roupas e com os cabelos soltos,

E um toque de melancolia em seu olhar.

Hoje como ontem és a mesma,

Talvez que um pouco mais bela

Do jeito que nunca vi.

Mais bela talvez que a outra.

Mulher sonhada entre sonhos

De um pesadelo sem fim...

Paulo Henrique Oliveira

Paulo Henrique Oliveira
Enviado por Paulo Henrique Oliveira em 18/06/2011
Reeditado em 24/06/2011
Código do texto: T3042319