CRISÂNTEMOS

essa humanidade que ainda
não foi tocada por deus
que encolheu, na mata,
o ruído da serpente e uma
benção de raízes rotas

fundas e fecundas
rosas e ruídas
mortas e cavadas
no fosso da alegria

ergueu seus altares de pedra
e suas lixeiras de música

polida nos crimes e nos fatos
tão poluída, que novamente
se remexe para a agricultura
de suas mediocridades

pois, quem sabe, principie,
dessa soberba, ao filho,
a devolução dos crisântemos.
Jandira Zanchi
Enviado por Jandira Zanchi em 02/12/2006
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