De um ausente

Se alguém pudesse ver

através de mim,

veria que continuo aqui,

mas já fui embora.

E se esse poema

soa igual aos de outrora,

é porque seu autor

não está mais aqui.

Ensaio um sorriso plástico

de clown amargurado

que faz castelos de alegria,

mas não tem onde morar.

Vou improvisando meu caminho,

talhado passo a passo,

como a doce bailarina

que segue a dançar

com os pés quebrados.

Eles dirão que sou inteligente,

simpático, piegas, dramático.

E eu lhes responderei

que não estou nem aí,

muito menos aqui.

Thiago Cardoso Sepriano

ThiagoCardosoSepriano
Enviado por ThiagoCardosoSepriano em 04/07/2011
Reeditado em 04/07/2011
Código do texto: T3075857
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