Armários.

Em minha mente há muitos armários de mogno negro.

Cada um deles fechado, trancado com a chave do esquecimento

Mas, por vezes as sombras da noite abrem alguma dessas portas

Usando a força do passado mal-guardado como chave e um vento gelado como alavanca.

Então sinto os esqueletos pendurados, que sorriem lá de dentro para mim.

São anjos loiros, que esvoaçam ao meu redor, me envolvendo em sua musica

Levando-me em uma cadeia de sonhos e pesadelos que parece não ter fim.

Há coisas curiosas nisso tudo, e eu não consigo entendê-las!

São esqueletos angélicos ou anjos esqueléticos?

Sonho sentir ou sinto e não sonho?

Tudo que sei, é que acordo de repente, varando a escuridão

Com meus olhos e meus sentimentos alertas.

Vendo as portas se fecharem mais uma vez,

Sabendo que um dia se abrirão definitivamente para mim.