A mudança das estações da vida

Num rebento primavera

Quando as flores na janela

Estavam em seu desabrochar

Quando as chuvas torrenciais

Banhavam as gerais

Transformando lida

Em dias sem iguais

Doce cheiro do erval

Sentiram-se as luzes do arrebol

E tudo que era mau

Perdeu-se debaixo do lençol

Passadas as noites friorentas

Em águas perigosas

De fortes tormentas

Devaneando no mar

Pela ausência do sol

Hoje é tempo de brisa

Que ditosa da vida

Refresca a nossa ida

Abranda a nossa volta

De noites amenas

De tardes pequenas

De paisagens de pouco som

Delírios em tom de marrom

De folhas secas no chão

De cabelos preços nas mãos

De frente pro lago

Sentando no chão

Olhares cruzados

Sussurros do coração

Melodias entardecidas

Pela mudança das estações da vida