Poema de Verão

Para escrever este poema de verão

Não viajei para o sertão;

Escrevi na neve do Himalaia

Para fugir desta gandaia,

Não usei haxixe

Só farofa de maxixe;

Também ganhei de um soldado alemão

Um velho jipe de guerra

Para invadir a Inglaterra;

Lá encontrei Saramago de caneta na mão

Pedindo para eu jogar fora meu lápis de carvão;

Mim presenteou com uma caneta

Que pertencia ao grande Dom Sebastião

Embarcamos num trem até Paris

Onde ele ia palestrar num famoso museu

Eu sabia que ele ia demorar;

Então fiquei num bistrô para meu poema

De verão terminar

Saramago pra Lisboa foi embora

E eu acordei na mesa de um boteco

Com este poema de verão na mão

Esperando chegar o inverno

E as fogueiras de São João.

Urias Arifa
Enviado por Urias Arifa em 09/07/2011
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