Meu Perdão

Você se foi cedo, precisávamos um do outro,
Faria o que fosse necessário para tê-la de volta.
Lançar-me-ia do vigésimo andar de um prédio,
Se assim pudesse agarrar-me a ti.
A idéia de destino não me agrada de tal maneira,
Lembro-me quando pediu quase sem forças,
Que fosse honrado e virtuoso, que concedesse o perdão.
Eu o fiz! Realizei seu ultimo pedido, porém concedi aos outros,
Não a mim, más lembranças são como estilhaço mal removido.
Cicatrizam superficialmente, mas por dentro ainda continuam ferindo.
Folheei velhos escritos buscando inspiração, revirei meu antigo baú,
Nada encontrei, levei a mão ao peito, para ver se algo nele ainda batia,
Num momento de fúria e desespero, agarrei o punhal.
E quando ia desferir brutalmente um golpe contra meu peito,
Eis que vejo sua foto sorrindo, e isso trouxe à vida lembranças suas,
Então pude dar o perdão a quem mais merecia, e me entreguei o perdão.

Roberto Codax
Enviado por Roberto Codax em 21/07/2011
Reeditado em 29/11/2011
Código do texto: T3108636
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