Sensibilidade

A vida é frágil em demasia

Os sentimentos mais ainda

Tornar a vida um misto deles não é fantasia

Pois um dia eles derreterão e eis que a existência se finda

Ser desejada é diferente de ser amada

Viver o amigo que cuida e deixa a tristeza desarmada

É mais belo que o homem que incita a vaidade

E desiste da completude de nosso desejo por não encontrarmos ocasionalidade

Com a sensibilidade aflorada sinto-me mais humana

Torno-me um cálice a beber o licor da vida

Mesmo que extasiada pareça um pouco insana

E ao fim do êxtase volte a doer a ferida

Não desejo sentir-me parte de uma agenda

Muito menos beija-flor temporário

Que a longo prazo será mera oferenda

Pois outra há que não se preocupe com horário