ALMA BOREAL

Olá!...
Dizia ela com seus olhos antepassados futuristas
Alguém aí?!...
Olá... Olá... Alguém aí?!...
Ouvia sempre os ecos do oco de sua mente
Lágrimas cristalizadas enchiam taças libanesas
Olhos despetalados voltavam-se para o céu rubro
Até quando?!...
Até quando devo regar de orvalho essa relva?!...
Os negros véus noturnos esvoaçavam em sua pele alva arranhando-lhe a alma boreal...
Gritos e suores mudos viajavam pelo tempo
Antepassados em mundos inferiores vomitavam suas lembranças para ela...
Antepassados em mundos superiores reescreviam a história para ela...
O vento orquestrava sua música arranhando as flores da planície... atravessando os  musgos de construções milenares... farfalhando as vestes arvorais...
A bruma leve chega dissipando-lhe a existência...
Resta  aquele homem de olhar perdido chorando ao pé da cruz na catedral...