Afim do fim

Eu já não te amo como antes

Deixei propositalmente secar nosso jardim

Tentei, fiz de tudo nesse papel de amante

Fui ator principal, vilão, figurante

E agora o que mais resta de mim?

Desses desencontros odiados, relação conturbada

Até que durou bastante, enfim.

Tantas razões levam a acreditar que acabou

Porém, cabe sim pensar que estou afim do fim.

Joguei o jogo, mas chegou o momento que cansei

Pois não pedi pra ficar nem pra sair

Perdi.

Ainda assim não pulei do barco

Pelo contrário remei, remei,

E mesmo encontrando uma correnteza de idéias contrárias

Lutei.

Estacionei em um porto que o destino indicou

Amarrei-me entre os Deuses iludidos do amor,

Amor?

Que amor é esse que dizem que é capaz de adoçar o oceano,

Que faz a gente nadar lado a lado com um tubarão,

Secar uma lágrima com um pedaço de pano chamado lenço,

Fazer amor com uma sereia em plena areia branca,

Tudo isso eu penso.

Dizem ainda que essa lenda chamado amor

Não tem origem, mas existe.

E quando a gente descobre nos faz tão bem,

Dá um novo brilho no olhar,

Depois vira rotina,

Caminha até a segunda esquina, acha distante,

Parece encontrar no solo inúmeros espinhos,

Os pés ficam nus, impotentes e desprotegidos,

Sem caminho.

Talvez queira amanhã buscar outros barrancos coloridos

Por aí em algum canto escondido,

Um novo amor,

Que dure um momento infinito.

Francisco de Assis Silva é Bombeiro Militar em Rondonópolis

Email: assislike@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 25/07/2011
Código do texto: T3116626
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