Nua

Teu corpo expediente de pão e afeto

rascunho de um totem sagrado,

que gerou a forma dos anjos.

Teus olhos, dois poemas vivos;

teu nome se faz mister nas casas de açucar.

Nos pomares, onde residem os romances das tardes, lá tu

tiveste origem.

Onde a beleza gera tua gente, é o teu teto.

Nua, tu és o mar: teus quadris, o vaivém das ondas,

teus beijos, os peixes.

Oh amantíssima! És tua a sereia do eterno mar.

Nua é quase, és tudo.

Mínima impossível.

Nua és o ápice do sexo vivo,

a saliência sensual da carne.

Despida, és o nome do silêncio.

Se foges de mim, perco-me num infinito vazio,

Minha vida fica à mercê da solidão no cio.

Alexandre Lettner
Enviado por Alexandre Lettner em 26/07/2011
Código do texto: T3120476
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.