Terra plana

Terra plana...

Ouvi os sinos... Eram ditos... Risos.
Eram palavras comuns a todos... Diz-se tanto em desejos correntes.
Eu sabia... Da vida, quase nada eu desconhecia.
Era plana a Terra dourada... Eras e ditos envelopados.
Penso nos dias perdidos... Nas coisas não feitas... Nos toques, que evitados, viraram poeira... Todas as linhas, eiras... Beiras.

Ao longe, pude avistar o rio de nuvens... Planos... Aeroplanos com asas abertas para o novo destino... Agora, sorrio em pétalas jogadas... Caminhos são jornadas de escolhas, não bolhas de amores perdidos.

Terra plana com joios e trigos... Seletas histórias... Rostos desconhecidos.

Andei por Bom Jesus... Entre múltiplos rostos, encontrei o sossego das palmas beijadas... Entre lobos e pó, achei o diamante de poços jorrantes... O equilíbrio de perceber que posso me esquecer do que não contorna as minhas formas com as mãos...
Formões e risos enlouquecem quem dita a vida com armadilhas... Quantas e tantas outras marias?...

Visto-me de lua e agradeço aos céus por abrir meus olhos a tempo... A Terra é plana e não um círculo perfeito.


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