Cachaceiro de boteco
A pinga da cana malvada
Destilada no galpão
E no boteco foi preparada
Joga o caboclo no chão
Seja forte, ou seja, fraco
Ela derruba sem dó
Se não parar vira cavaco
E vai dormir no xilindró
Não pense que é sabido
E nas armadilhas dela não cai
Um dia vai ser bebido
Tenta sair, mas não vai
Começa nas doses pequenas
E sem perceber consome um litro
Sem moral o povo condena
Berra sem lar feito um cabrito
E depois que entra no vício
Não se vê como parar
Todo conselho é fictício
E o seu desejo é só chapar
Levanta e não lava a boca
Vive sujo, um trapo imundo
Barba grande suja de sopa
Assumiu ser vagabundo
Não erra mesmo o boteco
Só pinga sabe pedir
Deita no chão feito marreco
Fecha os olhos e vai dormir
Já não tem força nem pra falar
Vive jogado ao relento
A cirrose vai lhe matar
Pare e reflita um momento
Essa droga é um veneno
Misturada ou mesmo pura
Reduz-te lhe faz pequeno
E vai parar na sepultura
Portanto seus cachaceiros
Pense na vida um pouco mais
Bebam chá guardem o dinheiro
Siga o exemplo dos pais.
Francisco de Assis Silva é Bombeiro Militar em Rondonópolis,
Email: assislike@hotmail.com