Amor parnasiano

Certo de que a significância era recíproca, abri meu coração e confessei coisas nunca dantes ditas; de uma forma tão anormal, eu me desfiz da minha máscara protetora mais íntima, revelando os meus segredos mais sórdidos. Vilipendiando as más-línguas, levei-te ao meu jardim interior, meu santuário, lugar secreto da minha alma.

Jurava que isso seria capaz de mover montanhas, e nas entranhas das possibilidades, abrir as portas do nosso destino mutual, o que seria enfim, a glória, o ápice da felicidade.

Mas não, na verdade minha exposição foi tão parnasiana, talvez muito surrealista aos teus olhos; talvez tenhamos nos perdido no pecado original, talvez tenhamos comido do fruto proibido, simplesmente sonhado demais...

Enfim, fechei meu jardim para balanço, o tempo passou, e continua passando, e eu não sei onde vou chegar, nem sei se terei de novo essa coragem; de sem escrúpulos revelar o meu lado obscuro, de novamente escancarar as portas da minha zona de conforto.

Meu erro talvez tenha sido confiar demais, ou coragem em demasia, mas isso só o tempo dirá; e Eu sou bobo o bastante para tentar mais uma vez, eu sei....