sem fulgurações de luz nem espaços cósmicos
Sento-me num banco cansado
de pedra
à porta de cada entrada que não se abre
e canto-te.
Como ave no paraíso, canto-te.
Canto-te sem a existência de deus
nem do peregrino.
Canto-te apenas na presença e na ausência…
Sem invocações nem lamentos
sem as fulgurações de luz doutros tempos
ausentes na obscuridade do luar.
Canto-te
na alteração dos espaços cósmicos
que a vida desfolhou
na pele e no rosário de desejos
por cumprir.
Canto-te
mesmo sem palavras nem salivas de beijos
nem imundas máscaras
de loucura erótica.
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Consta de "Meu Diário" da homepage com fotografia
"Faz parte do meu livro "onde os desejos fremem sedentos de ser"