Sobrevivente
Assisti uma sena engraçada
Daquela vista em cinema
Uma perseguição ativa e forçada
Em plena época de piracema.
E nesse mês de setembro
O sol tem castigado bastante
Esse ano finda em dezembro
Sobra a utopia restante.
Ouvi uma revolução no lago
Desci, fui olhar o que acontecia
O evento não era pago
Naquela hora do dia.
Tratava-se de uma sucuri
Que procurava matar a fome
E a sobrevivência por aqui
Os grandes pega os pequenos e come.
Os ataques são fulminantes
Não há lei nesse sistema
E o que torna mais importante
Ninguém foge desse dilema.
Fiquei a olhar a fuga de uma rã
Daquele sucuri amarelo
Que de cobra nunca foi fã
Mais nadou feito o Cielo.
Tudo isso pra manter-se viva
E garantir a geração
Em sua residência nativa
Com ranzinhas de estimação.
Mas nessa fuga ela venceu
Achou um esconderijo seguro
E o sucuri não te comeu
Nesse combate voraz e duro.
Mas um dia desses correu a notícia
Que a rã dormiu sem o despertador
E a sucuri a pegou sem malícia
E engoliu sem ter clamor.
E ela se vendo naquele organismo imundo
Numa barriga de serpente
Mas não fecharam a porta do fundo
E a rã se tornou a mais nova sobrevivente.
Francisco de Assis Silva é Bombeiro Militar em Rondonópolis,
Email: assislike@hotmail.com