[Criança de mãe desconhecida.]
Apresentando O Transversal:
“La Folie - Almas que viajam nas asas do condor avistando o mar em azul sem fim que se mistura com o céu”
Vi-te sentado como uma estátua,
De cabeça caída ainda protegida, ainda [...],
...
E as crianças como numa roda, num circulo,
[Rodeavam-te...],
Rindo, como tu te riste num dia de sol,
Crianças de mães conhecidas.
...
Vi-te sentado como uma estátua,
Todos os três buracos pintavam a camisa
De um vermelho escuro, que escorria
[Sem parar... Sem parar...],
Manchando o negro de uma rua suja,
Criança de mãe desconhecida.
...
Vi-te sentado como uma estátua,
Posição estranha a tua, suspensa,
Alguém te fechou os olhos por piedade,
Guardou a arma que te tirou a vida,
[Histórias de heróis imortais, imortais...],
...
Heróis das vielas sombrias, que arrastam
Pelo vicio, crianças como tu,
Crianças de mães desconhecidas.
...
Vi-te sentado como uma estátua,
Sem pai, sem mãe, a chorarem por perto,
...
[Nem o vulto de um anjo qualquer...]
... Ninguém... Estátua sem visitantes,
Apenas muitas crianças rindo,
Sem temer um destino anunciado,
Como o teu, menino de rua,
Menino desconhecido,
...
Criança de mãe desconhecida.
...
O corpo já hirto
Sem anjo por perto, fedia...
Corpo de uma criança de mãe desconhecida,
O sangue já não manchava o negro de uma rua suja...