[Criança de mãe desconhecida.]

Apresentando O Transversal:

“La Folie - Almas que viajam nas asas do condor avistando o mar em azul sem fim que se mistura com o céu”

Vi-te sentado como uma estátua,

De cabeça caída ainda protegida, ainda [...],

...

E as crianças como numa roda, num circulo,

[Rodeavam-te...],

Rindo, como tu te riste num dia de sol,

Crianças de mães conhecidas.

...

Vi-te sentado como uma estátua,

Todos os três buracos pintavam a camisa

De um vermelho escuro, que escorria

[Sem parar... Sem parar...],

Manchando o negro de uma rua suja,

Criança de mãe desconhecida.

...

Vi-te sentado como uma estátua,

Posição estranha a tua, suspensa,

Alguém te fechou os olhos por piedade,

Guardou a arma que te tirou a vida,

[Histórias de heróis imortais, imortais...],

...

Heróis das vielas sombrias, que arrastam

Pelo vicio, crianças como tu,

Crianças de mães desconhecidas.

...

Vi-te sentado como uma estátua,

Sem pai, sem mãe, a chorarem por perto,

...

[Nem o vulto de um anjo qualquer...]

... Ninguém... Estátua sem visitantes,

Apenas muitas crianças rindo,

Sem temer um destino anunciado,

Como o teu, menino de rua,

Menino desconhecido,

...

Criança de mãe desconhecida.

...

O corpo já hirto

Sem anjo por perto, fedia...

Corpo de uma criança de mãe desconhecida,

O sangue já não manchava o negro de uma rua suja...

Nkisi
Enviado por Nkisi em 12/09/2011
Código do texto: T3214639
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