O GRITO

É com o preto que eu pinto,

Com o preto mais escuro, mais retinto,

Mais forte que o meu grito,

Grito que ecoa no infinito.

É no escuro que eu canto,

Escuro como este pranto,

Pranto preto, esquisito,

Sofrido como meu grito,

Grito que ecoa no infinito.

É sem esperança e sem crença,

Numa fé preta, como a mureta,

Mureta que prende meu grito,

Sofrido e esquisito,

Que ecoa até o infinito.

E eu grito.

E eu grito.

Ninguém me ouve.

Só o infinito.

nana abud
Enviado por nana abud em 20/09/2011
Reeditado em 12/04/2015
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