Uma pena que dançava valsa

Soprou um vento aos meus ouvidos,

Em adoração olhei para o céu...

Estava azul como em um sonho!

Lá do firmamento caia uma linda pena branca...

Descia em movimentos de gangorra,

Para um lado e para o outro,

Não tinha pressa alguma de chegar ao chão,

Às vezes correntes de ventos a levavam,

Teimosa ela com a mesma pressa voltava,

Mais ela parecia saber seu destino,

E naquele movimento suave,

Que mais parecia uma dança,

Mais precisamente uma valsa.

Ela fazia do céu seu salão,

Embalada pela canção que o vento tocava,

E ele o vento era seu par,

Suavemente a guiando.

E a pena em retribuição o acariciava,

Aos poucos foi descendo.

Até quando em mim tocou,

Parecia querer abraçar meu rosto.

Uma sensação incrível tomou conta de mim,

Fechei os olhos e aproveitei aquele momento único,

E por instantes sentia-me amado,

Mais seu parceiro de dança; o vento.

De novo a reivindicou para a valsa,

Aos poucos abri meus olhos...

E longe pude ver o vento e a pena,

A se afastarem dançando,

Naquela valsa sincronizada,

Naquele salão de dança sem fim.

Allan Ribeiro Fraga

ESCRITOR FRAGA
Enviado por ESCRITOR FRAGA em 26/09/2011
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