Uma pena que dançava valsa
Soprou um vento aos meus ouvidos,
Em adoração olhei para o céu...
Estava azul como em um sonho!
Lá do firmamento caia uma linda pena branca...
Descia em movimentos de gangorra,
Para um lado e para o outro,
Não tinha pressa alguma de chegar ao chão,
Às vezes correntes de ventos a levavam,
Teimosa ela com a mesma pressa voltava,
Mais ela parecia saber seu destino,
E naquele movimento suave,
Que mais parecia uma dança,
Mais precisamente uma valsa.
Ela fazia do céu seu salão,
Embalada pela canção que o vento tocava,
E ele o vento era seu par,
Suavemente a guiando.
E a pena em retribuição o acariciava,
Aos poucos foi descendo.
Até quando em mim tocou,
Parecia querer abraçar meu rosto.
Uma sensação incrível tomou conta de mim,
Fechei os olhos e aproveitei aquele momento único,
E por instantes sentia-me amado,
Mais seu parceiro de dança; o vento.
De novo a reivindicou para a valsa,
Aos poucos abri meus olhos...
E longe pude ver o vento e a pena,
A se afastarem dançando,
Naquela valsa sincronizada,
Naquele salão de dança sem fim.
Allan Ribeiro Fraga