Sinceridade

Há tanto mistério guardado sob o céu dos ateus

Que muitos passam a clamar em nome de um Deus

Talvez por temer perder a poesia de viver sempre num dia

Todos os dias das suas vidas!

Mas vá, até os que não creem em destino destinados estão

A sofrerem os mais estapafúrdios desatinos danados de saudade

Quando um amor apaixonado adentra sem lhes bater à porta

É dado o sinal do coração pensado inteligente, chorar!

Ah! Aí o mundo calmo e meticulosamente planejado

Mesmo com as intempéries a branquear os cabelos

Resolve perder a serenidade, e descabelar-se

Nada do que foi vivido se assemelha, quiçá a morte!

Nem que seja um pouco, ainda que renasça o morto

Nunca terá a mesma forma, a mesma face, o mesmo olho

Porque é preciso morrer para amar assim, só assim

Tudo adquire outra cara, outro jeito, outro efeito!

E se tudo inda parecer fácil para o pensamento

Tão acostumado ao comando, ao mando, haverá o outro

Como o frio e o calor se encontram na primavera

Como o dia e a noite se apaixonarem!

Viver ruminando a possibilidade de um encontro, genuíno

Além do absoluto silêncio no pôr do sol, no sonho

No corpo dormindo em descanso a alma não dorme, aí há que quedar todo pensamento, abrir todas as fronteiras, depor todas as armas!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 28/09/2011
Reeditado em 21/10/2011
Código do texto: T3246125