Mas eu não vou embora
(Dedicado a Lú – a preciosa rosa do pequeno príncipe) 


as eu não vou embora
carregando comigo as minhas ansiedades,
carregando sonhos impossíveis ou desfeitos.
Estes eu os deixo por aqui,
do mesmo modo que tudo o mais.

Quando eu for embora,
quando enfim chegar a hora,
quero estar sorrindo sorrisos jamais imaginados,
mesmo que imaginários,
quero estar mais leve que o ar,
quero ser bruma, sopro, vento
e a transparência dos meus sentimentos
hão de por fim me denunciar
quando enfim eu for transparente ao teu olhar.

E já então nada mais lamente,
que a minha lembrança te faça contente,
e que por fim te contente
o que eu pude te dar.

Eu sei que não foi nada o meu tudo,
mas foi sobretudo sincero.