SOB AMEAÇA

Palavras libertas dentro da boca

com sutileza

com a ternura do silêncio

de quem se recusa a escrever.

Sob ameaça,

com uma idéia

apontada para minha cabeça,

a pressão se dissimula

na ponta do lápis

a percorrer oceano braco.

E todas as letras dão voltas e voltas

antes de se perderem num labirinto de frases

Sob ameaça

de vida a orar

dentro de poemas

nem tão sonoros

nem tão bonitos

um pequeno sonho se celebra.