Pra ser amor
O Amor cultuado em seu estado bruto,
será até lirial e será até o Amor colosso...
será fundo canal, o mais legítimo conduto
que, do próprio Amor, nos dará o esboço...
Nada de regras, o Amor é lírio e palma
na verdadeira essência do raro esplendor
pois que, pra ser Amor de corpo e alma,
ele terá que ser apenas e simplesmente Amor...
Assim, fica totalmente fora de cogitação
embrenhar-se, por Amor, em rubro desespero...
O Amor deve ter a Ansiedade e a Emoção
mas, convém não condimentá-lo ao exagero...
Vale a Paixão (esse riquíssimo tempero)
e vale adicionarmos volúpia à Paixão...
O Amor deve ter e repassar a sensação
de que é cor, de que é gosto, de que é cheiro...
Fica absolutamente probido que se entregue
só pouco sentimento ou um mero resquício
do todo o que, na alma, a gente carregue
por que o Amor dever se necessidade, vício...
O Amor deve fluir, desde o seu início,
como uma rara planta que a alma regue
no mais pleno e magnetizante ofício,
deixando que, a ele, o coração se apegue...
É absolutamente vital o Amor de fé,
com garra, com luminosidade, com ardor...
Amor que, de tão e tão claro (porque claro é),
se mostre a todos como o Grande Amor...
Porque é vão e triste o Amor que escapa
do oceânico navegar do nosso coração...
Amor de verdade, é Amor sem mapas,
sem bússolas, sempre em rota de colisão !!...