MAL-ESTAR
Agem em mim malignas influências...
Urge saciar a sanha que devora
Gulosa minha mente e que deflora
Uns restos que mantive de inocência.
Se todos têm a ânsia em que eu vivo,
Também devem guardar as aparências,
Ocultando a grotesca putrescência
Da degeneração da qual derivo.
Onde passo, meu triste vulto esquivo
Se torna alvo do asco e do desprezo...
Adestrado no Pecado e também preso
Na lógica das coisas diabólicas,
Jovem ainda sou, porém já sinto
O apetite genético do instinto
Secando minhas fontes metabólicas!