PATÉTICA n.º 1
Um estranho conflito ocorre em mim,
Conflito que adveio da paixão:
Se sempre o teu desdém me diz um “não”,
Cada sorriso teu promete um “sim”!
Não sei há quanto tempo vivo assim,
Nem quanto minhas dores viverão;
Somente sei que em mim mora a ilusão
E que a descrença habita-me, outrossim.
Se a treva do amargor ao meu semblante
Chega, ao coração depois de um instante
Regressa a calmaria e a bonança...
Não sei quem vencerá essa porfia:
Por mais que um sonho morra todo dia,
Renasce toda noite uma esperança!