CORAÇÃO-CONDOR

Voa, meu coração, por alturas equívocas, inimagináveis...

Vai buscar o sim eterno para meu caos interior.

Contempla os seres se engalfinhando em busca do Desconhecido!

Mas não demores, meu pobre coração, estou com medo, estou sozinho!

Traze-me boas recordações das plagas que conheceres.

O comum está-me aniquilando.

Deixa em paz meu pensamento, coração, voa, voa...

Há tantas questões metafísicas a serem resolvidas:

Minha origem, meu fim, meu salário defasado...

O tempo está passando, sobre nós, coração, imperterritamente!

Que faremos? Que sonhos estúpidos são esses que nunca conseguiremos [realizar!

É tempo de reinventar sonhos, coração. A vida transcorre, e nós nos perdemos [irremediavelmente!

Como está escuro! Crie algo depressa coração, antes que eu morra de [escuridão.

Aracati, 21 de Julho de 2005