Desdobrado das dobras da mulher
o homem se desdobra,

e sempre está para se desdobrar:
desdobrado da mulher mais soberba da terra
está por chegar o homem mais soberbo da terra,
desdobrado da mais amigável mulher
está para chegar 
o homem mais amigável,
só desdobrado do corpo perfeito de uma mulher
pode fazer-se um homem perfeito de corpo,
só desdobrados dos inimitáveis poemas da mulher
podem criar-se os poemas do homem
(só daí vêm meus poemas),
desdobrado da arrogante e forte mulher que eu amo,
só daí pode vir o homem forte e arrogante que eu amo,
desdobrados pelos abraços vigorosos
da mulher firme
que eu amo,
só daí vêm os abraços vigorosos do homem,
desdobradas das dobras do cérebro da mulher
procedem
todas as dobras do cérebro do homem,
seguindo obedientemente,
a desdobrar-se da justiça da mulher
toda a justiça do homem se desdobra,
desdobrada da simpatia da mulher é toda simpatia;
grande coisa é um homem sobre a terra
e pela eternidade,

mas cada vírgula da grandeza do homem
vem das dobras
da mulher;
primeiro o homem toma forma na mulher,
depois então pode tomar forma em si mesmo.
 
                          
(tradução de Geir Campos)


 
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        Whitman,  Walt.  Folhas de Relva.  Seleção 
          e tradução de Geir Campos.  Ilustrações de 
          Darcy Penteado.  Ed. Civilização Brasileira. 
          Rio de Janeiro, 1964.  



Walt Whitman (EUA)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 28/10/2011
Código do texto: T3303055