Indecisões

Estranho.

Não que eu desacredite

Ou não releve

Ou desmereça

Mas o que sentes e o que diz

E o que não fala, porque obviamente não o sentes

E tudo com a qual você brinca, para esconder verdades

Me confundem.

Não que eu não acredite,

Não dê valor,

Ache hipocrisia...

Mas afirmar sentimento não é afirmar interesse

Dizer a verdade pura não significa carinho

Eu sei de tudo isso, eu só não queria ouvir dessa forma

Eu queria tentar acreditar em algo alem...

Alem da verdade nua e crua da rotina

Do estereótipo não alcançado

Algo alem do conformismo

Algum elogio real, entregue com prazer

Um acariciar terno, um toque singelo

Uma forma simples e bela de demonstrar afeto

Não apenas a palavra lançada ao ar e o ir embora

O significado e algo alem do significado.

É estranho.

Nada basta, Nada disso basta,

Temos o mais importante e ele não se manifesta.

Eu penso em perguntar, estimular, dizer o óbvio

Para assim, talvez, deixar claro a falta

Mas a resposta e a mesma, e é a melhor possível

É a mais bela, real, necessária e linda declaração

Mas só ela, solta no ar... traz a duvida a tona

E o desconforto de tudo o que não é compreensível

Dilacera o antes, o depois, o agora, o momento e a falta dele.

Estranho.

Não que eu não releve, desmereça,

Não que eu não acredite,

Eu simplesmente sinto a falta

Como se não fosse meu.

Essa eterna impressão de que eu não sou o “ necessário”...

Faz até o bonito parecer triste.

A não constatação, um tormento...

Andréa Nogueira
Enviado por Andréa Nogueira em 03/11/2011
Reeditado em 03/11/2011
Código do texto: T3315216
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.