Espera
Fiquei distraído na praia
Olhando uma onda bailar
Criei em meus olhos uma raia
Por onde meu amor pudesse chegar.
Meus sonhos eram eternos
Diante daquela imensidão
Era novembro fazia inverno
Fiz dali minha estação.
Caminhei sobre a areia molhada
Quando a brisa veio me encontrar
E eu provei daquela água salgada
Decidido a te esperar.
Meu desejo só aumentava
Portanto você não surgia
E o sol quente ardia e queimava
Naquela praia vazia.
A solidão não desistia
Nem tentei fechar o portão
Eu sei que ela sempre judia
E maltrata sem razão.
Mas ali naquele cais
Ela iria desembarcar
E a saudade era demais
Quero tanto te abraçar.
Depois de ficar a sua espera
Avistei um belo navio
Vem trazendo minha primavera
E resgatar esse vazio.
E assim que ele se aproximou
Preparei-me prá receber
E quando o gigante encostou
Eu comecei a tremer.
Desembarcaram todos tripulantes
Mas a minha deusa não veio
Logo arranhei o meu semblante
Sentindo-me um trapo alheio.
Mas amanhã eu voltarei
Chovendo ou fazendo frio
Pois viver sozinho não sei
Vou morar nesse navio.
Francisco Assis Silva é Bombeiro Militar
Email assislike@hotmail.com