POR QUÊ?

POR QUÊ?

Por que somos fracos para suportar afrontas, mas nos tornamos fortes em nossos posicionamentos quando queremos atingir alguém?

Por que o que achamos tão simples e banal se torna tão significativo e poderoso na vida daquele que se sente magoado, ferido?

Por que perdemos tanto tempo com banalidades ao invés de investirmos todo o nosso potencial na consolidação daquilo que realmente tem valor?

Por que não sou aquilo que querem que eu seja, mas sou o que sou independente daquilo que acham que eu deva ser?

Por que para se amar e ser amado leva tanto tempo, mas para se criar raízes de amargura a vida se torna um conto ligeiro?

Por que nos sentimos tão fortes para o mundo, mas dentro do nosso casulo somos tão frágeis e vulneráveis?

Por que queremos abraçar o mundo no tempo que ainda nos resta, porém somos muitas vezes impedidos sem que possamos esboçar a menor reação?

Por que queremos ter prioridade em tudo, mas não temos a capacidade básica de darmos primazia àquilo que realmente vale a pena?

Por que ser forte em meio às intempéries se não temos condições suficientes de sustentar a nossa fragilidade interior?

Por que tudo que construímos com tanto esforço se desmorona tão facilmente por falta de compreensão e diálogo?

Por que a vida corre velozmente, mas as reais demonstrações de amor e afeto caminham tão lentamente na nossa direção?

Por que o que faço de coração amável se torna como ferida mortal na vida daquele que está ao meu lado e é o meu próximo?

Por que lutamos tanto por algo nesta vida mesmo não tendo a certeza de que seremos premiados na reta final?

Por que o amor tudo sofre, tudo suporta se aqueles que deveriam compartilhar a essência desse amor não têm livre acesso à força que o gera?

Por que temos que nos calar diante das adversidades se somos portadores de verdades que vão além da razão?

Por que o tempo e o espaço são tão limitados e volúveis quando queremos realizar algo que entendemos ser significativo?

Por que o fardo se torna tão pesado se temos ao nosso lado pessoas que nos são queridas e deveriam aliviar nossa carga?

Por que é tão difícil expressar a verdade, mas tão fácil aos olhos dos outros julgar as nossas atitudes?

Por que dizem que o amor jamais acaba se por tão pouco ou quase nada o outro se torna indiferente a nossa dor?

Por que tantas dúvidas e perguntas vêm a nossa mente se a razão básica da vida é o amor a Deus e o amor ao próximo?

Por que? Porque a vida perderia a sua razão e a sua essência se não pudéssemos experimentar a cada dia o fel (ou amargo) da dor e o sabor do amor.

João Marcos de Sousa Soares

27/12/06

João Marcos de Sousa Soares
Enviado por João Marcos de Sousa Soares em 31/12/2006
Reeditado em 29/11/2012
Código do texto: T332828
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