Meu apocalipse pessoal



No silêncio profundo
Quase abandonado de meu ser
Soa estridente
Uma sirene que implora atenção...
   É o meu apocalipse pessoal.
 
O mistério do inconsciente
Que anônimo ousa ser múltiplo
Sussurra gritos de horror
Buscando alguma consciente atenção...
   É o meu apocalipse pessoal.
 
Apesar do que sou
Seja lá isto o que for
Não sou o que gostaria de ser
E sofro tentando ser o que deveria ser
Seja de novo lá o que isto for
Mas sendo múltiplo
Sou a tentação de ser todos...
   É o meu apocalipse pessoal
 
Estradas ensolaradas
Contrastam com caminhos de sangue
A ilusão me cega
E me perco entre o que ser e o que construir
Sentimentos de amor
Contrastam com ações vaidosas e prepotentes
Alguma sensibilidade humana
Contrasta com atitudes de orgulho, arrogância e presunção...
   É o meu apocalipse pessoal.
 
Me escondo em aparências de segurança
Me omito em rostos de alegria
Me dissimulo em frases de paz
Mas no fundo travo uma guerra diária
Pela dignidade humana...
   É o meu apocalipse pessoal.
 
Mas creio que enquanto tiver alguma consciência do meu apocalipse pessoal,
exista uma luz no fundo do meu apocalipse pessoal.
Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 13/11/2011
Reeditado em 13/11/2011
Código do texto: T3333132
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