Meu incerto

No silêncio insisto, encontro, persisto, pressinto...

Rubrico meu ensaio

Busco explicações

Para minhas conclusões

Choro e grito

Permaneço brincando com meu avesso, de ser avesso

De receio em receio, abstraio, padeço

Me esqueço

Amanheço inquieta, durmo sonhando

Com a petulância da minha alegria

Caio , machuco meu orgulho, que de tão frágil se esgota, se retrai

E faço cara de prece

Sedo ao meu desejo, impotente, com excesso de coragem

Dou domínio a minha a ousadia

Que se expande e logo se esvai

Permaneço incapaz...

E canto o canto da alma

Que sigila o meu segredo

Ardente, carente, indecente

Que com magia de sorriso me entende, mas nunca me atende...

Sinto falta

Fecho os olhos

Tento voar

Tento fazer

Tento morrer

Não tenho você....

Compreender, compreender, compreender...

E fico presa em meu abismo

Fico indignada, estagnada

Mudo e penso, mudo a cada sengundo e sinto a pele sendo trocada

A face sendo mudada

A trilha sendo moldada

Para meus novos pés cruzarem

Atravessarem, alavancarem mais uma mudança

Que não vem, que não ocorre, que não termina, tão pouco se inicia

Findando em minha rotina

Sem rota, sem progresso, sem recesso

Então tropeço

Adquiro mais calos

Minhas marcas

Meu destino

Meu incerto.

Laryssa Maciel
Enviado por Laryssa Maciel em 14/11/2011
Código do texto: T3334549
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