Fuga do retrato

Da vez, vi meus olhos na fotografia

a imagem de ti não mostrava

registro nem lastro da cor singular.

Tua pele ali transplantada

era espasmo, contraste e borrão

dos sonhos e plasmas do tempo.

Da voz em lábios miúdos

o flash esqueceu de guardar,

deixava somente em sorriso

aquilo e por quês talvez me dirias.

Não fosse o ciclo emoldurado

libertava-te da natureza morta da maça;

e com um beijo contemplaria o pulso,

da vida fugindo ao flerte do imóvel.

Poema também publicado na página pessoal do autor Blog VERDADE EM ATITUDE (www.VERDADEmATITUDE.blogspot.com).

Thiago Azevedo
Enviado por Thiago Azevedo em 19/11/2011
Reeditado em 09/01/2012
Código do texto: T3344426
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