Poema mudo

Elegi perder de vista tudo que cega,

a memória traída na vitória do dissabor

e a trapaça da brisa, surda ventania só.

Guiei-me pelo apalpo do que desconfio,

da tátil sensação de miudezas inúteis

postas no caroço benigno do que é pó.

Das silabas de tanto faz, fiz-me poema mudo

hiato escrito no arauto de terra e fogo,

de trovas vazias do sal e som da palavra.

Vi a vida cantar um hino ao amor de Piaf

O silêncio falar à multidão do universo

E o pesar se exaurir nos ombros do verbo.

Poema publicado também na página pessoal do autor Blog VERDADE EM ATITUDE (www.VERDADEmATITUDE.blogspot.com).

Thiago Azevedo
Enviado por Thiago Azevedo em 23/11/2011
Reeditado em 09/01/2012
Código do texto: T3352384
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