Referências antropográficas

Aprendi a ler e a escrever faz tempo. É que nem beijar na boca e andar de bicicleta...

Feuerbach me queimou palavras em brasas;

Barros e Rosa me entortaram o sentido real das coisas para eu ver melhor;

Fernando Pessoa me trouxe pedras para eu ser,

foi o Caeiro dele;

Rubem Alves foi o liqüidificador no corpo de um ipê-amarelo

(todas as vezes que vejo um ipê lembro do Rubão);

Wittgenstein me ensinou feitiçaria;

Carpinejar, o Fabro, é o bilhete e a viagem.

Nos dicionários

(merecem um parágrafo a parte), celebro a palavra.

Passo horas devotando ao Houaiss muito carinho e amor.

Contenho a loucura de Nietzsche e Cervantes,

a pornô-poesia de Drummond e raiva

de Schopenhauer, por abrir meus olhos e dizer que não penso por mim mesmo.

E ele está certo.

Walter Welington
Enviado por Walter Welington em 03/01/2007
Reeditado em 03/01/2007
Código do texto: T335737
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