[e... no fim que se quer principio,]

e... no fim que se quer principio,

principais as palavras que rugem,

algumas gritam,

algumas suspiram...

Todas se tentam unir, reunir, recriar

algo de novo,

descobrir também,

revelar sempre,

mesmo as descobertas cobertas

de mistério,

ao som de tambores indianos,

africanos, além do bojador,

[da taprobana...]

além de tordesilhas.

E,

assim que a noite surge,

misturam-se algumas palavras nas sombras,

por entre as luzes das velas

que tremem,

fustigadas pela brisa outonal,

Fustiga-me o luar escondido,

o olhar semicerrado do beija-flor,

e sigo a voz das ondas,

transporto algumas conchas comigo,

e abrigo todas as palavras do silêncio

no meu colo.

Nascem então alguns corais

perto da ilha onde pernoitam os albatrozes,

onde os deuses bebem vinho,

onde os poetas fustigam as palavras,

com nereidas,

dominando os indomáveis corações dos navegantes.

E... no fim que se quer principio,

as palavras que rugem, que gritam,

suspiram nos sonhos,

sonhos interrompidos pela tempestade,

que se quer principio e fim,

que se quer em silêncios.

Nkisi
Enviado por Nkisi em 01/12/2011
Código do texto: T3366823
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